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Paredes - Capital Jovem da Criatividade |
terça-feira
quarta-feira
Warm Up MEP │ bueno.sair.es │ ZEN Coffee House
Este ano, o Música Entre Paredes cresceu
e começa a aquecer no teu bar de eleição. No dia 30 de Abril pelas 22:30h, o ZEN Coffee House recebe o primeiro Warm-Up Música Entre Paredes e conta com a participação de bueno.sair.es.
bueno.sair.es, assumem-se como uma banda
independentemente, com dois baixos, sintetizadores, bateria de grande bombo e
tarola, duplo choque, procurando a canção perfeita.
Em televisão já fizeram canções
de genéricos, na série documental Himalais, a Viagem dos Jesuítas Portugueses,
para a RTP2, com selo da Farol de Ideias, no Radar de Negócios da RTP, entre
outros. Para grande ecrã foram música em Curta de Rui Pilão. “Aqui jaz a minha
casa" rodou nas Shortcutz de Berlim, Porto, Lisboa, vencendo em Faro.
Sabido Animal, um vídeo já produzido, tem sido lançado em pequenas peças
digitais, formato já experimentado por teasers como “Stop motion promotion for
SIC Radical” e “Separador Santinho promotion caminha”.
O evento de antecipação ao
festival Música Entre Paredes é fruto de uma parceria entre a Associação Fio de Prumo, bueno.sair.es e o ZENCoffee House.
(Tiago Pinto de Sousa)
Nova Confirmação │ Holy Nothing no Música Entre Paredes
Depois
de Noiserv, TrustYouth e Grutera,
Holy Nothing são a última confirmação do MúsicaEntre Paredes, uma banda sediada no Porto, que pretende tomar de assalto
a música electrónica, misturando-lhe instrumentos físicos e
digitais a fim de obter algo no género dark wave, irão atuar na casa da cultura de Paredes no dia 31 de Maio a partir das 22:30h.
Nelson
Silva [sintetizadores/teclados], Pedro Rodrigues [baixo/voz] e Samuel Gonçalves [guitarra/sintetizadores/drum machine] são os Holy Nothing, um
projecto que se move nos terrenos da electrónica, explorando som e imagem. A
banda que se deu a conhecer através do single «Nothing Is Fun» lançou
recentemente o EP de estreia, «Boundaries», cuja produção e mistura tiveram a
participação de Rui Maia (Mirror People, X-Wife).
HolyNothing é som que se entrelaça com imagem, mesclando sem preconceitos o
analógico e o digital. Movem-se dinamicamente pelos terrenos da eletrónica,
aproveitando a imprevisibilidade que as máquinas permitem, explorando sempre
som e imagem, elementos de forças iguais nas atuações deste projeto. A partir
daqui, cria-se uma música (e uma ambiência) perfeita para uma pista de dança
escura e, simultaneamente, para uma poltrona grande e confortável.
(Tiago Pinto de Sousa)
segunda-feira
Nova confirmação │ Grutera no Música Entre Paredes
Depois de Noiserv e Trust Youth, Grutera
é a nova confirmação do Música Entre Paredes. Grutera que é o alter-ego de
Guilherme Efe, guitarrista nascido na Nazaré, irá atuar na casa da cultura de
Paredes no dia 31 de Maio a partir das 21:30h.
Em 2013 estreou-se nas edições discográficas com ‘Palavras
Gastas’ e rapidamente criou burburinho na imprensa nacional devido à sua
abordagem à guitarra. Um ano depois e após apresentar-se de Norte a Sul do
país, Grutera está de regresso com novo disco, o segundo na sua curta mas
magnífica carreira. ‘O Passado Volta Sempre’ foi gravado no mosteiro de Santa
Maria de Cós, em Alcobaça, um edifício datado do séc. XIII, revestido a azulejo
e com uma reverberação natural estonteante.
O novo disco ‘O Passado Volta Sempre’ é lançado a 15 de
Abril numa edição em parceria com a promotora Covilhete na Mão.
(Tiago Pinto de Sousa)
quarta-feira
Trust Youth no Música Entre Paredes
Depois de Noiserv, os Trust Youth são a nova confirmação do Música Entre Paredes. A dupla irá atuar no palco exterior da casa da cultura de Paredes
no dia 31 de Maio a partir das 23:30h.
Influenciados pelo
Rock e pelo Grunge, a dulpa Trust Youth composta por Rogério Leal e Filipe
Magalhães, apresentam-se em formato dj set e permite a todos os amantes do Rock
'n' Roll uma viagem pelos sons característicos e míticos dos anos 80', passando
pelo Rock intemporal dos anos 70’ e 90’, explorando igualmente outras vertentes
como o Indie Rock e o Electro Rock, sem esquecer claro todos os clássicos da
música nacional.
(Tiago Pinto de Sousa)
(Tiago Pinto de Sousa)
segunda-feira
Cinema na Casa
A Associação Fio de Prumo volta à Casa da Cultura de Paredes para dar continuidade ao projeto “Cinema na Casa”.
A segunda exibição decorrerá no dia 16 de março de 2014 (16 horas), e contará com mais uma película de enorme qualidade. Milk, um filme obrigatório para qualquer amante de cinema.
ENTRADA GRATUITA
Sinopse
Cansado de se esconder de si próprio, Harvey abandona o seu bem remunerado emprego em Wall Street e decide "sair do armário", mudando-se para o distrito Castro em São Francisco com o seu amante de longa data, Scott Smith. Na comunidade colorida de Castro, pequenas vitórias conduzem a outras maiores e Harvey ao falar abertamente para uma maioria silenciosa, acaba por ser o primeiro político assumidamente homossexual a ganhar umas eleições. Quando Harvey Milk foi assassinado em 1978, o mundo perdeu um dos seus líderes mais visionários e uma voz que se elevou corajosamente pela igualdade de direitos.
Ficha Técnica
País: EUA
Realização: Gus Van Sant
Atores: Sean Penn, Diego Luna, Emile Hirsch, James Franco e Josh Brolin
Ano: 2008
Classificação: 7,7
(Tiago Pinto de Sousa)
(Tiago Pinto de Sousa)
terça-feira
Travo de ânsia
A ansiedade culmina no comportamento nervoso e enérgico de quem espera em vão. Depois, nada será diferente e a antecipação do que se poderá sentir prevê isso mesmo: o caos que te envolve o estado de alma manter-se-á sempre.
Assim és.
Aquilo, que tão fulgurosamente anseias não chegará.
Bloqueias.
Tens medo, disso e do oposto: o risco.
Dás passos seguros numa rua frenética que te asfixia.
Existes também na ansiedade resultante de quem tenta sucumbir ao pensamento mais diferente de si. Temes o futuro porque sabes o que nunca será.
A culpa é tua.
O silêncio impera, agora. Embalas-te na sonolência.
Algum dia acordarás?
Por Cristina Silva
Por Cristina Silva
domingo
Cinema na Casa
A Sétima Arte está de regresso à cidade de Paredes!
A Associação Fio de Prumo apresenta “Cinema na Casa”, na emblemática Casa da Cultura de Paredes.
Abriremos esta mostra no dia 02 de março de 2014 (16 horas), com a exibição do filme Amigos Improváveis, obra-prima do cinema francês, reconhecida pela crítica e agraciada pelo público.
ENTRADA GRATUITA
Sinopse
Após um acidente de parapente, Philippe, um rico aristocrata, contrata Driss, um jovem dos subúrbios, praticamente acabado de sair da prisão, para o assistir no dia a dia.
Juntos, vão fazer renascer Vivaldi, recuperar ‘Earth Wind and Fire’, o verbo e o portão, os fatos clássicos e os fatos de treino.
Dois universos irão cruzar-se e integrar-se para dar nascimento a uma amizade tão louca, divertida e forte quanto inesperada, uma relação única que vai produzir faíscas e torná-los verdadeiros amigos improváveis.
País: França
Realização: Eric Toledano & Olivier Nakache
Atores: François Cluzet & Omar Sky
Ano: 2011
Classificação: 8,6
(Tiago Pinto de Sousa)
segunda-feira
quarta-feira
Driving Without License [Documentário do Primavera Sound]
A Associação Fio de Prumo associa-se ao Canal180 na estreia do web documentário Driving Without License, um filme sobre a última edição do Optimus Primavera Sound. Durante os dias do festival, o Canal180 distribuiu convites pelos visitantes, desafiando-os a enviarem os seus vídeos. A ideia era que participassem na realização de um documentário open source, centrado num acontecimento que extravasa o universo da música. Foram recebidas centenas de participações e muitas delas entraram no documentário de 25 minutos, que foi realizado por João Diogo Marques e que inclui música ao vivo, entrevistas e imagens inéditas de alguns dos melhores momentos do festival.
(Tiago Pinto de Sousa)
(Tiago Pinto de Sousa)
segunda-feira
Vê-se mais o sol quando as luzes se apagam
Acorda ainda tonto, esticado como uma tábua de madeira ao sol. Levanta vagarosamente a cabeça ainda pesada do choque elétrico que havia levado horas antes - e, foda-se, se dói. Em frente a si, dois vultos de bata branca, um com cara de maricas e uma doçura a acompanhá-lo. Enquanto tenta ainda entender o que lhe aconteceu, o médico diz-lhe qualquer coisa sobre as suas análises diagnosticarem HIV positivo. Olha para o gajo, incrédulo. Enquanto ainda decide se lhe enfia um soco no focinho ou um chuto no cu, qualquer coisa sobre 30 dias de vida ecoa pelo consultório. Ri-se e vira costas. Nem sabe se há de rir de tamanha estupidez ou de arrancar os olhos ao cabrão. Pega nas roupas, lança um último olhar de desprezo e atira pés ao caminho, percorrendo o túnel de cores esbatidas à procura da saída daquele manicómio. Nada pode matar um Woodroof em 30 dias, muito menos uma merda de uma doença de paneleiros inventada por médicos mimados. Graças a Deus, quando toca num gajo é com o punho e é para fazer estragos. E assim há de ser, até que a castanha e seca terra texana cubra o seu couro.
As putas vieram e foram embora. Mais whisky, mais coca, mais de tudo e mais de mais nada. Outra vez mais de tudo e não há volta a dar. As palavras dos médicos reviram e tornam a virar e a mastigar no fundo da sua consciência. Por muito que tente esquecer o dia que ficou para trás, aquela merda não o larga. Como se o cabrão do médico estivesse a falar a sério. Como se houvesse sequer a mínima hipótese. Foda-se, é impossível. Petrifica. Esfrega os olhos como se estivesse a acordar de um pesadelo. Raios o partam se não está ali escrito, naquele computador do diabo, que também está exposto quem usa drogas e quem tem sexo sem proteção. Sexo sem proteção. Nem se lembra da última vez que usou um preservativo, para ser honesto. Sente-se a imobilizar, sente pura raiva subir-lhe espinha acima com a velocidade de um trovão numa noite de tempestade. Começa a suar e o seu corpo gela. Estava acabado, fodido. Ia morrer.
É esta a estória, ainda longe de acabar, do cowboy que transformou vontade de viver em anos de vida. Drogas, álcool, apostas ilegais. Rodeos e sexo fácil. Ron é um cowboy machista, homofóbico e aldrabão. E, agora, é também um seropositivo a 30 dias do fim.
Até ver Dallas Buyers Club, nunca reconheci a Matthew McConaughey nada sequer perto do potencial, da estaleca e da tarimba requerida para desempenhar um papel desta magnitude. Tive-o sempre como ator vulgar, preso ao sotaque sulista e à imagem de menino bonito das comédias românticas e dos dramas onde representa o típico marido de classe média, nos seus trinta-e-tais, ou o solteirão à procura da próxima amante.
Em DBC, McConaughey redime-se e faz um papel apaixonante. Dizem que há males que vêm por bem e, pois bem, talvez o cancro que lhe roubou anos de vida e o levou tão perto do fim também, tenha porventura, e por outro lado, deixado por recompensa a experiência, a profundidade e a maturidade que lhe permite encarar este papel como se fosse dele ou sobre ele. Ou talvez fosse mesmo dele, porque também McConaughey sabe o que é lutar como Woodroof lutou. Sabe o que é acordar todos os dias e riscar mais um dia no calendário em direção ao fim iminente, como Woodroof riscou. E por saber sentir como sua a pele de Woodroof, McConaughey dá resposta a um excelente argumento e assume aquele que é, até ao momento, o papel da sua vida no filme da sua vida. E como não basta um ator mediano a fazer um grande papel, há ainda espaço para outro - Jared Leto é Rayon, um travesti seropositivo que Ron conhece no hospital. Rapidamente a relação entre ambos se desenrola numa improvável amizade e numa missão em comum. Leto veste Rayon de forma excêntrica e melodramática, levando para si todo o protagonismo em vários pontos do filme, conduzindo-nos de olhos vendados pelo labirinto e convidando-nos a segurar o detonador da bomba relógio que é a vida do seu personagem.
Nem todos conhecemos um Rayon, é certo. Mas todos conhecemos um Woodroof. E se há algo capaz de cruzar um Woodroof com um Rayon, esse algo, é só a vida. E é exatamente sobre os plot twists da vida que nos ensina Dallas Buyers Club. Um filme profundo e irónico, por vezes cómico, mas sempre trágico.
Por Tiago da Rocha
quarta-feira
Agenda musical fevereiro’14

5-Quarta
Porto
Maus Hábitos: Dead J Live Act
6-Quinta
Porto
Hard Club: Hip Hop Poetry Jam – 2ª Sessão com Denise, P1, Rato 54, Maze & Dj Casca
7-Sexta
Porto
Plano B: Social Disco Club :: The Dixie Boys :: The Bitch Boys apresentam: The Bitch Party
Maus Hábitos: Concerto de Erica Buettner
Armazém do Chá: Os Sete Magnificos Take Over! :: Armazém em Festa (artistas convidados)
Hard Club: Tribedelik Tribe: Ital Live (CL) :: Grub :: Yakai :: Fluxo
Gare: Refresh Clubbing: Max Cooper Live! "Human" Tour
8-Sábado
Porto
Hard Club: Allen Halloween :: Kapataz :: Psydin Atómiko :: Lennox – ODC Gang :: G Fema :: Sound System by Dj Ayashbeats
Casa da Música: Daddy G (Massive Attack) :: João Semedo / Rui Trintaeum
Aveiro
Teatro Aveirense: Ute Lemper- sings The Pablo Neruda Love Poems
12-Quarta
Porto
Baixaria: Tape Junk
13-Quinta
Porto
Armazém do Chá: Live Sessions :: Concerto de Macaco Egoísta :: Concerto de Hubbub
Braga
Theatro Circo: Pedro Abrunhosa & Comité Caviar
14-Sexta
Porto
Plano B: Os Bons Rapazes, com Álvaro Costa & Miguel Quintão
Armazém do Chá: Q.13 | WE'RE OPEN TONIGHT
Hard Club: Zona6 & Celebration Sound: Ward 21 :: Xibata & Celebration Sound :: Fyah Burn :: Green Sound Killa :: Keep on Fire :: Youth Fyah:: Irie Kaya
Casa da Música: Concerto de Márcia
Braga
Theatro Circo: Pedro Abrunhosa & Comité Caviar
Ovar
Centro de Arte de Ovar: Tape Junk
Famalicão
Casa das Artes: Colibri
15-Sábado
Porto
Armazém do Chá: Armazém em Festa (artistas convidados)
Braga
Theatro Circo: Lightning Strikes- Joey Arias e Kristian Hoffman lembram Klaus Nomi
Paredes - Baltar
Indie Bar: Tape Junk
21-Sexta
Porto
Armazém do Chá: Internal Affairs clube
22-Sábado
Porto
Plano B: Chibanga, Zé Marques Pinto
Armazém do Chá: Chá das Sextas; Freshkitos & Friends
Gare: Laurent Garnier
Casa da Música: Concerto de Luísa Sobral
Casa da Música: Mirror People live permanente vacation :: Discotexas :: White Haus Dj Set :: Kitten:: X-WIFE :: Social Disco Club Dj Set Hands of Time
Vila do Conde
Teatro Municipal de Vila do Conde: Plaza- “All Together”
Braga
Theatro Circo: Mafalda Arnauth- “Terra da luz”
Famalicão
Casa das Artes: JP Simões- “Roma”
Estarreja
Cineteatro: A Naifa- “As canções d’A Naifa”
23-Domingo
Braga
Theatro Circo: Tributo a Zeca e Adriano, para que não se apague a memória- Grupo canto d’aqui
28-Sexta
Porto
Plano B: Stand Up Sininho
Armazém do Chá: This Night Still Has No Name :: Twin Turbo clube :: Nuno Lopes club; Sérgio Gomes :: Breaks lda :: SUPA (MONSTER JINX) e outros
Famalicão
Casa das Artes: CAMANÉ – O Melhor 1995 – 2013
29-Sábado
Braga
Theatro circo: Paulo Gonzo
sexta-feira
Quando eu morrer ponham-me este sorriso no rosto
Quando eu morrer ponham-me este sorriso no rosto.
Façam do final da minha história a minha última festa, uma balada gostosa, como eu sempre gostei. Deixem tocar os tambores e as pandeiretas, pintem tudo de cores fortes e vibrantes, mas deixem a linha ténue do negro, essa cor que tanto disse de mim um dia.
Atingido o fim dos meus trabalhos na terra, digam-me ao ouvido que fui uma pessoa melhor a cada sorriso, a cada toque. Que fui boa mãe, boa filha, boa esposa.
E cantem, cantem muito, que a vida torna-se mais bonita, mais leve, como que mais melódica. Harmoniosa!
Dancem juntos. Deem as mãos e digam que se amam, que se querem, o quanto estão felizes. Digam tudo, tudo! Que o último baile seja o primeiro de muitos no paraíso.
Quando eu morrer, lancem fotografias ao ar e respirem as recordações que vos caem aos pés. Que o meu último respirar seja o desabafo de paz, de sinceridade e de pureza. Os meus olhos, espelhos de um sorriso e os meus ouvidos… Ah, como é bom escutar-vos a cantar!
Já posso ir. Outra festa espera-me além, na ponta de uma luz pequenina.
Agora… Vou deixar-me brilhar!
Na foto: Anastacia. Fotografia: Ana Emme.
domingo
Domicílio
O lugar.
Mais que paredes, portas, janelas…
Pessoal, fechado, quente.
Construído numa vida
de dia-a-dia em relação
cuja identidade se entrelaça
com o que se é
como pessoa
como família
com o mundo.
Intimidade.
O encontro.
De pessoas
com a terrena assimilação da finitude.
Num abafado espaço transbordante:
Dor. Medo. Dúvida. Apelo.
O rarefeito oxigénio da esperança
Dança cambaleante
No fio da navalha.
A Morte espreita risonha,
Como coruja em noite de solidão,
Confiante da luta vencida.
Alguém responde:
Presença.
Olhar.
Silêncio.
Palavras escolhidas.
Mãos.
Entrega num trabalho possível.
À saída.
A Morte,
Continua na sua presença constante,
E balbucia no seu riso vencedor:
Que ingenuidade.
Semente seca em estéril pó sentimental,
Num deserto infecundo e irracional.
Mas,
Na vitória,
A Morte
Treme interrogativa.
Por Carlos Moreira
29 de Janeiro de 2009
Mais que paredes, portas, janelas…
Pessoal, fechado, quente.
Construído numa vida
de dia-a-dia em relação
cuja identidade se entrelaça
com o que se é
como pessoa
como família
com o mundo.
Intimidade.
O encontro.
De pessoas
com a terrena assimilação da finitude.
Num abafado espaço transbordante:
Dor. Medo. Dúvida. Apelo.
O rarefeito oxigénio da esperança
Dança cambaleante
No fio da navalha.
A Morte espreita risonha,
Como coruja em noite de solidão,
Confiante da luta vencida.
Alguém responde:
Presença.
Olhar.
Silêncio.
Palavras escolhidas.
Mãos.
Entrega num trabalho possível.
À saída.
A Morte,
Continua na sua presença constante,
E balbucia no seu riso vencedor:
Que ingenuidade.
Semente seca em estéril pó sentimental,
Num deserto infecundo e irracional.
Mas,
Na vitória,
A Morte
Treme interrogativa.
Por Carlos Moreira
29 de Janeiro de 2009
sexta-feira
Dogma 95 e a apologia do “cinema nu”!
A 13 de março de 1995, quatro realizadores dinamarqueses, Lars von
Trier, Thomas Viterberg, Kristian Levring e Sören Kragh Jacobsen, assinaram o
Manifesto que contém aquele que, nos anos que se seguiriam, apareceria como o
mais importante código normativo na cinematografia mundial: o Voto de Castidade.
Este pequeno e direto documento estipula uma série de normas para
a realização e produção de filmes, terminando com as seguintes palavras: «O meu
objetivo supremo é revelar à força a verdade das minhas personagens e lugares.
Juro fazê-lo recorrendo a todos os meios disponíveis e a custo de qualquer bom
gosto e quaisquer considerações estéticas». Viterberg salienta que o Manifesto do Dogma 95 não se relaciona
com os aspetos económicos da produção cinematográfica. Ou seja, o filme pode
ser de baixo ou elevado orçamento, contando que o realizador siga o Voto de Castidade.
O Dogma 95 surgiu com o intuito de contrariar uma certa
«tendência» no cinema
atual através de uma estratégia back to
basics, uma «ação de resgate», como foi apelidado pelos seus fundadores.
Seguindo o Manifesto, a ação do Dogma 95 poder-se-á resumir em
duas linhas: uma negação do individualismo cinematográfico e uma negação da
superficialidade. Apesar de o coletivo ter considerado que «o Dogma 95 é um
protesto contra os filmes feitos à americana» e «também contra o sistema de
programas de ajuda do estado para produzir filmes que sigam a linha de
Hollywood, mas na Europa», talvez esta interpretação seja exagerada e desviante
em relação às suas mais importantes intenções. Embora as regras que compõem o
Voto de Castidade tenham sido redigidas por Trier e Vinterberg, a ideia
original do Dogma 95 veio do primeiro. Os filmes anteriores de Trier tinham
duas características principais: formalmente, eram fascinantes complexidades
técnicas; tematicamente, eram reflexões intemporais sobre uma Europa
contraditória e amoral.
O Dogma 95 insere-se, assim, numa onda de ceticismo e de dúvida
sobre o estado das coisas – clima característico das eras de transição. Num
tempo em que não há verdades e as ilusões parecem esgotadas, o que é que se
pode fazer? Procurar a verdade pela ilusão. Foi isso o que o Dogma 95 se propôs
fazer. Seguindo a ideia de Kragh Jacobsen, o Dogma tem um objetivo muito
parecido com o do «unplugged»: devolver a pureza das coisas às coisas que já
não são puras ou, nas palavras de Vinterberg, «atingir o cinema nu».
Por Eurico Cunha.
Por Eurico Cunha.
quarta-feira
A metamorfose
Algures numa estante, onde se perfilavam vários livros,
impregnados daquele cheiro a bafio tão característico e que nos faz recuar
prazerosamente no tempo, destacava-se um exemplar que principiava com o
fenómeno da metamorfose, onde um homem tomava a forma de um repugnante
invertebrado. Peguei-lhe e, assim que iniciei a leitura, ficou-me na retina
aquela subliminar mensagem: a substância, por vezes, deve prevalecer sobre a
forma. Essa lição reverberou incessantemente no meu subconsciente até à data,
levando ao entendimento de que é possível uma mudança de fundo sem se perder a
essência e o âmago do que quer que seja.
A evolução é inevitável. Os tempos são outros, o cheiro do papel e
o deleite no seu folhear, sujando de tinta as extremidades dos dedos num
momento de interiorização, foi trocado pelo ecrã luminescente, que grita cores
garridas e alternadas como um caleidoscópio. Foi neste espirito de rendição que
conjurei a transformação da fanzine Aprumus num blogue.
É um novo início para um projeto que se transferiu do papel para o
monitor, possibilitando, aos seus criadores, satisfazerem a sua vontade
criativa.
Mantemo-nos, assim, comprometidos com a intenção nobre de instigar
a curiosidade e a pesquisa, para que a cultura passe a fazer parte do
quotidiano de cada um que se identifique com o trabalho desenvolvido.
Este será um local de reflexão descontraída sobre os mais variados
temas culturais, sem imposições, onde imperará a liberdade no sentido lato.
Será um espaço de todos e para todos, onde cada um poderá fazer parte do mesmo
como integrante ativo, se assim o desejar.
Enviem-nos os vossos textos ou trabalhos gráficos, que se
enquadrem no conceito deste nosso projeto, e garantimos uma apreciação cuidada
dos mesmos.
A cultura alimenta a alma e uma alma emagrecida torna o corpo num
autómato acrítico.
Por Hugo Durães.
Por Hugo Durães.
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